terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

APRESENTAÇÃO NO FESTIVAL DE CURITIBA

Um grupo de personagens “estrangeiros”, em condição de imigrantes, apresenta suas histórias, em encontros e desencontros, num cenário composto de cordas, como conexão estética e filosófica das relações sociais.
Buscando uma estética ousada, A-Corda propõem um teatro aéreo.


SERVIÇO

A-Corda – Espetáculo dirigido ao público adulto, 45 minutos.

Com: Fabiana Ferreira, Carolina Mascarenhas, Val Salles, Hélio de Aquino, Blas Torres, Moira Albuquerque e Simão Cunha.

Direção: Letícia Guimarães e Wal Mayans

Realização: Cia. do Abração

Data: 19,20 e 21 de março, às 20:00h

Local: Sala Simone Pontes – Cia. Do Abração – Rua Paulo Ildefonso Assumpção, 725 – Jardim Social

Lotação: 30 pessoas

Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (estudantes)

INFORMAÇÕES: fones.: 3362-9438, 3362-9595

Um comentário:

Karla disse...

A Corda é um espetáculo que não é para se gostar ou não gostar, vai além do gosto.A montagem ,o cenário e seus símbolos nos dizem muito,achei tudo muito bonito e impactante, mesmo sentados como platéia balançamos nas cordas...Em termos sonoros houve um grande crescimento de todos,a voz de alguns me surpreendeu porque ousaram mais e descobriram novas ressonâncias como a Fabiana, a Carol e o Hélio.Adoro a trilha feita dentro do espetáculo e foi muito bem executada. O que senti falta,como tudo é muito simbólico, foi de uma dramartugia mais amarrada com o que se via.Os textos as vezes não ficavam muito claros,eram como fragmentos dispersos, acho que se pode aprofundar mais nessas águas...
Parabéns Abração que continua fazendo arte e atravessando abismos, mesmo q muitas vezes em cima de uma corda bamba...
Beijos pra todos!!!

O SOBREVIVENTE

por Carolina Mascarenhas


Um pouco de poesia, para o nosso vazio ficar mais cheio de belo.


O SOBREVIVENTE

Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.

Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.

Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.

Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.

(Desconfio que escrevi um poema.)

Carlos Drummond de Andrade