Mesmo, tendo, a idéia de A-corda começado comigo, incrivelmente, tentar falar sobre ela me deixa na mais obscura ignorância. Partindo do assunto mesmo que nos propúnhamos retratar. A nossa sociedade contemporânea com seu ritmo acelerado, sua profusão de informações, suas centenas de, senão, milhares de metrópoles, e dentro dela nós, com infinitas experiencias, valores e visões todas elas lançadas em inevitáveis encontros e desencontros. Ainda podemos agregar a isso o momento histórico da passagem de uma sociedade tecnológica à cibernética, seja la o que for isso de fato, porque ainda nem assimilamos as outras. Já estou curioso de ver as novas gerações no futuro.
Mas o mundo nem sempre foi assim como hoje a conhecemos, ouve outras maneiras de passar pela vida, nem melhores nem piores, mais, pelo menos, para meus meus avos eram reconhecíveis. Era possível saber o nome do vizinho, conhecer suas angustias, compartilhar seus insumos diários, sentir-se responsável pelas coisas dele, e é claro curtir um pouco de inveja as vezes, mais sempre com a possibilidade de sentir a proximidade. Me pergunto, sempre que fuço nestas indagações, se tem cabimento ficar preocupado com essas carências pessoais, deflagrada muito pela minha historia e minha formação um pouco caipira, outro pouco indígena e muito depois urbana. Me acomete sempre a curiosidade por saber que sentido tem tudo isso para alguém que nasceu na cidade, protegido por muros, exatamente a vida que ofereço a minha enteada hoje.
Juro para vocês que em esse momento depois de ter lido algumas fontes e vistado pesquisas de outros colegas e ter imergido em várias divagações, a minha maior vontade é ter nossos vizinhos contando suas estorias e porque não suas historias e depois poder representa-las no palco. Tenho, quase uma resistência de ir mais longe do que isso para as nossas pesquisas. Meu vizinho é o maior estrangeiro aqui do meu lado. Tenho vontade as vezes de cumprimenta-lo, de pelo menos sentir que posso ser útil, um dia, de alguma forma, poder dar-lhe dimensão de qualidade humana apenas pelo fato de poder saber que pode contar comigo. É muita pira? Pode ser, mas ainda assim é meu grande desejo. Senão, me questiono profundamente: por que faço tudo isso?
È mais o menos isso o que refletiu em mim da nossa leitura, do livro “A verdade e as formas Jurídicas” de Michel Foucault. Mas como desafio é comentar o livro vamos lá tentar tirar alguma coisa que possa nos ser útil nesta quixotada. Antes de nada reproduzo este texto tomado, de Nietzsche datado de 1873, e só publicado postumamente. Onde Diz:
"Em algum ponto perdido deste universo, cujo clarão se estende a inúmeros sistemas solares, houve, uma vez, um astro sobre o qual animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o instante da maior mentira e da suprema arrogância da história universal."
Poderíamos destrinchar melhor e tentar elucidar mais profundamente, mas, atenho-me ao que ele mais adiante coloca:
“É a idéia de que o tempo e o espaço podem preexistir ao conhecimento, a idéia de que o tempo e o espaço não são formas do conhecimento, mas, pelo contrário, espécie de rochas primitivas sobre as quais o conhecimento vem se fixar...”.
Com nosso olhar na perspectiva de que o conhecimento é uma invenção também podemos assumir a idéia de que todos as outras coisas da cultura humana são inventadas e podem ser reinventadas, assim como elas são de fato. Ali coloco como desafio a reflexão com que iniciei este texto. Que tal entabular contato com nossos vizinhos. Desestrangeirizar as nossas relações. Pensar na possibilidade de reinventar nossas praticas socais isolacionistas. Advogo que essa curiosidade de entender a sensação de estrangeiro que nos propôs A-corda possa-nos levar mais longe e se não for possível seria ao menos um intento.
Bom desafio feito, também esta aberto preencher as lacunas que ficam de este texto muito más amplo do que expus. Estou na espera.
Mas o mundo nem sempre foi assim como hoje a conhecemos, ouve outras maneiras de passar pela vida, nem melhores nem piores, mais, pelo menos, para meus meus avos eram reconhecíveis. Era possível saber o nome do vizinho, conhecer suas angustias, compartilhar seus insumos diários, sentir-se responsável pelas coisas dele, e é claro curtir um pouco de inveja as vezes, mais sempre com a possibilidade de sentir a proximidade. Me pergunto, sempre que fuço nestas indagações, se tem cabimento ficar preocupado com essas carências pessoais, deflagrada muito pela minha historia e minha formação um pouco caipira, outro pouco indígena e muito depois urbana. Me acomete sempre a curiosidade por saber que sentido tem tudo isso para alguém que nasceu na cidade, protegido por muros, exatamente a vida que ofereço a minha enteada hoje.
Juro para vocês que em esse momento depois de ter lido algumas fontes e vistado pesquisas de outros colegas e ter imergido em várias divagações, a minha maior vontade é ter nossos vizinhos contando suas estorias e porque não suas historias e depois poder representa-las no palco. Tenho, quase uma resistência de ir mais longe do que isso para as nossas pesquisas. Meu vizinho é o maior estrangeiro aqui do meu lado. Tenho vontade as vezes de cumprimenta-lo, de pelo menos sentir que posso ser útil, um dia, de alguma forma, poder dar-lhe dimensão de qualidade humana apenas pelo fato de poder saber que pode contar comigo. É muita pira? Pode ser, mas ainda assim é meu grande desejo. Senão, me questiono profundamente: por que faço tudo isso?
È mais o menos isso o que refletiu em mim da nossa leitura, do livro “A verdade e as formas Jurídicas” de Michel Foucault. Mas como desafio é comentar o livro vamos lá tentar tirar alguma coisa que possa nos ser útil nesta quixotada. Antes de nada reproduzo este texto tomado, de Nietzsche datado de 1873, e só publicado postumamente. Onde Diz:
"Em algum ponto perdido deste universo, cujo clarão se estende a inúmeros sistemas solares, houve, uma vez, um astro sobre o qual animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o instante da maior mentira e da suprema arrogância da história universal."
Poderíamos destrinchar melhor e tentar elucidar mais profundamente, mas, atenho-me ao que ele mais adiante coloca:
“É a idéia de que o tempo e o espaço podem preexistir ao conhecimento, a idéia de que o tempo e o espaço não são formas do conhecimento, mas, pelo contrário, espécie de rochas primitivas sobre as quais o conhecimento vem se fixar...”.
Com nosso olhar na perspectiva de que o conhecimento é uma invenção também podemos assumir a idéia de que todos as outras coisas da cultura humana são inventadas e podem ser reinventadas, assim como elas são de fato. Ali coloco como desafio a reflexão com que iniciei este texto. Que tal entabular contato com nossos vizinhos. Desestrangeirizar as nossas relações. Pensar na possibilidade de reinventar nossas praticas socais isolacionistas. Advogo que essa curiosidade de entender a sensação de estrangeiro que nos propôs A-corda possa-nos levar mais longe e se não for possível seria ao menos um intento.
Bom desafio feito, também esta aberto preencher as lacunas que ficam de este texto muito más amplo do que expus. Estou na espera.
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